O Corona virus (coroa-virus do latim) foi identificado e catalogado nos anos 60. É originário de uma família de virus que provoca, dependendo da espécie, infecções respiratórias mais ou menos graves, desde um resfriado comum a sindromes respiratórias agudas e severas (SRAS). No final de 2019, emergiu na província de Wuhan, China o COVID-19, mais tarde, nomeado de SRAS-CoV2 e se espalhou pelo mundo. Hoje, 21 de março de 2020, no Brasil, temos 1.021 casos confirmados e 15 mortes, entre estas mortes uma pessoa conhecida. Na França são 14.308 casos e 562 mortes; na Alemanha, 22.213 casos e 84 mortes; Itália, 53.578 casos e 6.072 mortes. Os dados da China são alvo de muitas discussoes. No artigo do Dr. Ruiyun Li, na renomada revista Science, é possivel encontrar informações adicionais.
Nosso corpo tem barreiras naturais para nos proteger, inclusive dos vírus. Podemos facilmente perceber que nossas mucosas são normalmente cobertas por uma membrana, uma película protetora (muco), que ajuda a impedir a entrada de vírus, fungos e bactérias. Daí, a importância de se estar bem hidratado, mantendo este muco em condições de cumprir esta função. Respirar pelo nariz evita o ressecamento da boca e da garganta, garantindo o efeito protetor desta barreira natural. Em épocas de pandemia (OMS declarou pandemia em 12/03/20), devemos ter o máximo cuidado para que nada, potencialmente contaminado, entre em contato com as mucosas. Por isso, não coloque os dedos no nariz, boca, olhos ou ouvidos, especialmente depois de agarrar maçanetas, corrimãos ou ainda após segurar as barras de apoio em ônibus ou trens. Evitar apertos de mão, abraços e beijos e lavar as mãos e o rosto mais frequentemente, vai ajudar na higienização, mas existem técnicas para isso, não é simplesmente passar o sabão e enxaguar. O alcool gel 70% é um forte aliado e funciona eficientemente (Kempf, Todt, Pfaender, Steinmann, 2020). Para amplificar a ação do alcool gel, sugiro adicionar óleos essenciais como cravo, canela, alecrim (cineol), menta e melaleuca. Além de amplificar a ação do gel, evita o ressecamento da pele e micro rachaduras que podem ser uma via de entrada do virus. Hoje, temos noticiários, cartazes, vídeos nos mostrando estes procedimentos higiênicos e também informando como são os primeiros sintomas de uma pessoa que está com o virus. Os cuidados pessoais se estendem inclusive para corte de cabelos, barba e unhas. As pessoas que apresenta sintomas podem ajudar, usando uma máscara protetora higiênica para evitar a propagação de micropartículas contagiosas pelo ar, mesmo dentro de casa. Os idosos devem ter o máximo de cuidado por estarem no grupo de risco.
A melhor forma de evitarmos a contaminação comunitária é imaginarmos que estamos contaminados e devemos proceder de forma a não contaminar ninguém. Este pensamento inverso limita nossas ações e aumenta o cuidado para com o outro, assim automaticamente protegemos a comunidade.
Outra forma de proteção é a de manter os níveis normais de vitaminas no organismo, mesmo com suplementação, se necessário. Principalmente vitamina D, essencial para o sistema imunológico, vitamina C, cloreto de magnésio (ou citrato ou bisglicinato), B e antioxidantes que são encontrados em grande número em especiarias (canela, gengibre, açafrão, anis estrelado), no vinho tinto (também vinho quente) e no chimarrão que contêm flavonoides. Alimentos fermentados (chucrute) tratam a microbiota intestinal, o primeiro passo da imunidade. Para recuperar as energias de um dia desgastante e fortalecer o corpo, um bom sono repousante é essencial, mas também as atitudes psicológicas positivas são essenciais para evitar ser visitado pela ansiedade e ou pela insônia. Também temos óloes essenciais que ajudam na ansiedade, na insônia como o óleo de lavanda, de bergamota e outros.
Em relação aos produtos naturais, podemos nos fortalecer tomando chás de ervas, especialmente gengibre, tomilho ou orégano, com um bom mel, se possivel, mel de eucalipto ou lavanda.
Também podemos usar os óleos essenciais, especialmente os que contêm substâncias com atividade comprovada como antiviral e antimicrobiana. O óleo da folha do cedro (Thuja plicata/Thuja occidentalis) foi testado contra o virus da Influenza, Rhinovirus, Adenovirus e Herpes simplex virus 1 e 2, sendo que todos foram inativados na presença do vapor do óleo (Selvarane & James, 2013). Outros óleos reconhecidamente ativos contra virus são: tomilho (Thymus vulgari), cravo (Syzygium aromaticus), canela (Cinamomum verum/ Cinamomum zelanicum) e o óleo de eucaplito (Eucaliptus globulus), (Vimalanathan & Hudson, 2014).
Uma forma de usar estes óleos é em difusores, via aérea, na forma de vapor, ou seja formando uma barreira ao redor das pessoas ou formando um ambiente com uma carga viral ou bacteriana menor, automaticamente reduzindo a probabilidade de contaminação. Principalmente nesta época, é bastante recomendado, especialmente em clínicas médicas e ambientes onde as pessoas não puderam se ausentar, o uso de difusores elétricos, ultrassônicos ou por outro método. A difusão deve ser feita de 3 a 5 vezes ao dia por 30 minutos, cada vez usando 20 gotas (aproximadamente 1 mL). Mas, mesmo sendo um produto natural, de baixa toxicidade, devemos ter cuidado com pessoas debilitadas, crianças ou alérgicas a algum dos componentes do óleo. O óleo, na fase vapor, tem uma atividade mais intensa que na fase líquida, e é fácil entender: na fase líquida o óleo está solvatado pelo carreador; na fase vapor, as moléculas estão livres, podendo interagir diretamente com as bactérias e vírus. Porém, a velocidade de volatilização é diferente para cada grupo de moléculas que compoe o óleo (terpenos, diterpenos, cetonas, aldeídos, fenois e etc), sendo necessário dar tempo para que a composição da fase vapor, no ambiente, represente a mistura complexa do óleo essencial na fase líquida.
Se prestarmos atenção aos sinais enviados pelo corpo, ouvirmos a intuição (a maior amiga nas horas incertas), lembrarmos dos hábitos e cuidados higiênicos, mantivermos uma alimentação, sono e hidratação adequados, tomarmos sol e movimentarmos nosso corpo a ponto de suarmos e usarmos os óleos essenciais, estaremos num bom caminho para evitarmos resfriados, gripes e muitas outras enfermidades do corpo e da alma.
Nesta época de isolamento, precisamos nos voltar para dentro de nós e refletimos sobre nossa existência, e lembrar das 3 perguntas básicas: De onde venho? Por que estou aqui passando por isso? Para onde vou quando deixar esta terra? Quem sabe o universo está nos proporcionando um tempo de reflexão...
"vejam o que vocês estão fazendo: parem e pensem".
prof. Marcos Pereira: Óleos Essenciais: Ciência e Holismo, opostos ou complementares?
Jean-Marc Dupuis : https:// www.santenatureinnovation.com /coronavirus-pas-de-panique/
Dr. Cicero Coimbra: https://youtu.be/TT1zMF76y1c
Selvarane & James; The Activity of Cedar Leaf oil Vapor Against Respiratory Viruses: Practical Applications; Journal of Applied Pharmaceutical Science Vol. 3 (11), pp. 011-015, November; 2013
Vimalanathan & Hudson; Anti-influenza virus activity of essential oils and vapors; American Journal of Essential Oils and Natural Products; 2 (1): 47-53; 2014
Gautret et al. Hydroxychloroquine and azithromycin as a treatment of COVID‐19: results of an open‐label non‐randomized clinical trial. International Journal of Antimicrobial Agents – In Press 17 March 2020 – DOI : 10.1016/j.ijantimicag .2020.105949
Ruiyun Li et al. Substantial undocumented infection facilitates the rapid dissemination of novel coronavirus (SARS-CoV2); Downloaded from http://science.sciencemag.org/ on March 16, 2020
G. Kampf, D. Todt, S. Pfaender, E. Steinmann; Persistence of coronaviruses on inanimate surfaces and their inactivation with biocidal agents; https://doi.org/10.1016/j.jhin. 2020.01.022; Journal of Hospital Infection; 2020